Post by EFH Tech on Sept 4, 2022 0:04:21 GMT
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A maior plataforma mundial de venda de tecnologia recondicionada acaba de fazer um ano em Portugal e tem um novo country manager. André Rodrigues Pereira assume as novas funções com um triplo espÃrito de missão: fazer crescer este mercado no paÃs, levar tecnologia a quem tem menor poder de compra e dar uma mão a cuidar do ambiente.
O que é que comprar um telemóvel recondicionado tem a ver com o ambiente? Muto, explica, com paixão, André Rodrigues Pereira: "Sabia que para construir um simples telefone mais 60 mil litros de água são usados na sua produção?"
O novo country manager do Back Market (assumiu em junho), ainda é jovem (tem 38 anos) e embarcou neste projeto com as naturais preocupações da sua geração. "O tema do aquecimento global e das alterações climáticas estão sempre presentes e esta plataforma está numa posição privilegiada para fazer grande diferença no setor do digital", diz ao DN.
E passa a explicar: "Temos de maximizar a vida dos equipamentos eletrónicos. O consumo desmedido (e por vezes desnecessário) de tecnologia tem um impacto ambiental muito negativo: 4% das emissões de CO2 mundiais vêm do digital, 2% só da produção de dispositivos novos. Em comparação, 3% das emissões de CO2 é toda a indústria da aviação!!"
A paixão pelo tema é patente. Mas num mundo cada vez mais dependente de tecnologia, a cada dia mais digitalizado, como reduzir, pelo menos no imediato, este impacto ambiental? Para André Pereira, ajudará se cada vez mais pessoas comprarem artigos recondicionados: evitam adquirir produtos novos e, ao mesmo tempo prolongam a "vida útil" de artigos já existentes.
A sua contratação pelo Back Market -- que, segundo nos conta, surgiu através de um normal processo de recrutamento e teve em conta o facto de sempre ter trabalhado com startups e com marketplaces -- foi assim uma oportunidade perfeita. Além disso, diz, "traz outras vantagens: como vendermos artigos de eletrónica com descontos até 70%, também estamos a democratizar o acesso a tecnologia a muitos clientes que de outra forma não os podiam ter comprado".
Novo, usado como novo, ou é indiferente?
Afinal, o que é Back Market? Presente em Portugal há um ano, mas criado em França em 2014, é "a maior plataforma mundial de tecnologia recondicionada", nas palavras de André Rodrigues Pereira.
Aqui (www.backmarket.pt ou nas apps para iOS ou Android) encontra uma grande variedade de pequenos eletrodomésticos. "Os mais populares são smartphones, mas vendemos tablets, computadores laptop e desktop, consolas de videojogos, máquinas de café, secadores de cabelo, auscultadores, trotinetes elétricas..."
A inclusão na rede de grandes eletrodomésticos (máquinas de lavar, frigorÃficos...) está no horizonte, garante este responsável.
Não se encontra aqui produtos novos, mas "como novos" (aspas nossas). Ou seja, tudo "são antigos que foram verificados em centenas de pontos de qualidade diferentes -- exatamente quais, depende do tipo de produto. Se houver necessidade de reparar ou substituir algum componente, ele é substituÃdo ou reparado". O que o Back Market garante é que "todos os artigos que são 100% funcionais".
"A única diferença para um artigo novo são estéticas", descreve André Pereira. "O artigo pode ter pequenos riscos, que são visÃveis a maior ou menor distância", diz. Tal está descrito no site, ou na app -- e reflete-se no preço.
Três tipos classificação, transparência assumida
Todos (ou quase) os artigos à venda no Back Market surgem com três classificações: "Correto", "Bom" e "Excelente". "A única diferença entre cada uma delas é estética", reitera André Rodrigues Pereira. E concretiza: "Estamos a falar de microrriscos. Se o produto estiver em condição "Bom" esse microrrisco é visÃvel à distância de um braço. Se estiver "Excelente" só é visÃvel à distância de um lápis. Comunicamos isso de forma muito clara na plataforma, no 'Saber mais'. mostramo-lo com imagens. Por exemplo, no 'Excelente' nunca encontra um risco no ecrã".
E até pode receber um artigo sem um único risco. Aqui depende um pouco da sorte.
O Back Market na realidade não recondiciona os aparelhos. "à uma plataforma", lembra André Pereira", que faz "um meeting entre vendedores e compradores". Mas também "fazemos um acompanhamento". Como a empresa anuncia no seu site, apenas um em cada três candidatos a figurar no Back Market é aceite. "Há uma série de pontos que têm de ser verificados e só depois disso é que é aceite", diz o country manager.
Resumindo: a empresa francesa é a frente de um conjunto de vendedores e reparadores (que podem, ou não, ser a mesma companhia), e que lhes dá apoio. Mas é sempre esta que "dá a cara" perante o cliente, pelo que é do seu interesse trabalhar em proximidade e verificar permanentemente a competência dos parceiros.
"Montámos um laboratório em Bordéus", com 80 pessoas ao todo, que controlam vários passos do recondicionamento. "Inclusivamente apoiamos os vendedores a melhorar os seus próprios procedimentos. Há mesmo um departamento que testa os componentes utilizados na reparação e partilha essa informação com os vendedores".
Para garantir que os vendedores mantêm a qualidade de serviço, o mesmo laboratório tem uma equipa de quatro pessoas que "fazem centenas de compras mistério todos os meses e vão rever exaustivamente esse controlo de qualidade", descreve André Pereira.
"O nosso grande objetivo era ter uma taxa de defeitos em artigos entregues igual à dos produtos novos que é de 3%. E já o atingimos", diz André Pereira.© Reinaldo Rodrigues/Global Imagens
A partir da "casa-mãe", o controlo é feito a nÃvel mundial, uma vez que o Back Market está hoje presente em 16 paÃses (Portugal, França, Bélgica, Espanha, Alemanha, Itália, Ãustria, Reino Unido, Finlândia, Holanda, Irlanda, Grécia, Eslováquia, Suécia, Japão, Estados Unidos). Ao todo, a empresa tem "700 colaboradores" e "6 escritórios", que servem (fazendo a ponte aos seus vendedores) "mais de 6 milhões de clientes".
Isto são números globais, uma vez que André Rodrigues Pereira não divulga dados para Portugal. "Não partilhamos números relativamente a qualquer mercado concreto. Mas posso dizer que estamos satisfeitos com a evolução em Portugal e temos visto uma adesão muito positiva relativamente ao Back Market".
Algo que se consegue pelo controlo de qualidade imposto aos vendedores e, também, pela forma como os artigos chegam a este mercado. "Muitos destes produtos, simplesmente por motivos legais, não podem ser vendidos como novos. Caso, por exemplo, se compra um portátil ou telefone e depois devolve à loja usando o seu direito de arrependimento do consumidor. Este produto está efetivamente novo, simplesmente não pode ser revendido na loja como novo. Isto é o tipo de produtos que frequentemente encontra no Back Market na condição 'Excelente'", diz o responsável português.
Caso algo corra mal, de qualquer forma, todos os produtos têm "garantia comercial de 2 anos, que não exclui a garantia legal de três anos. A diferença é que no terceiro ano o ónus da prova inverte-se: enquanto nos primeiros dois anos presume-se que o defeito já existia de origem, no terceiro ano é o cliente quem tem de fazer prova de que o defeito existia à data da venda", explica André Pereira. "Nós comunicamos os dois anos para não gorar as expectativas dos clientes, mas obviamente temos como qualquer outra empresa os 3 anos de garantia legal".
"Além de que a pessoa quando compra um artigo tem 30 dias para testar e pode devolvê-lo", sublinha.
A assistência é dada pelo vendedor, sendo a maioria internacionais. A empresa portuguesa Loja de Reparações trabalha para o mercado nacional dentro da plataforma, destaca este responsável.
Sobre cada produto, a Back Market ganha uma margem de 10%, valor que está incluÃdo no preço final apresentado ao consumidor (é suportado pelo vendedor). à isto que paga os serviços descritos acima. Já os portes, esses, são por norma grátis.
A missão de André Rodrigues Pereira na Back Market parece clara: fazer crescer este hipermercado de eletrodomésticos recondicionados porque, acredita profundamente, desde a economia ao próprio planeta, todos saÃmos a ganhar. Agora, é só continuar a concretizar esse futuro.
Back Market. Quando artigos recondicionados são também o sonho de salvar a Terra. Mas 70% mais baratos
A maior plataforma mundial de venda de tecnologia recondicionada acaba de fazer um ano em Portugal e tem um novo country manager. André Rodrigues Pereira assume as novas funções com um triplo espÃrito de missão: fazer crescer este mercado no paÃs, levar tecnologia a quem tem menor poder de compra e dar uma mão a cuidar do ambiente.
O que é que comprar um telemóvel recondicionado tem a ver com o ambiente? Muto, explica, com paixão, André Rodrigues Pereira: "Sabia que para construir um simples telefone mais 60 mil litros de água são usados na sua produção?"
O novo country manager do Back Market (assumiu em junho), ainda é jovem (tem 38 anos) e embarcou neste projeto com as naturais preocupações da sua geração. "O tema do aquecimento global e das alterações climáticas estão sempre presentes e esta plataforma está numa posição privilegiada para fazer grande diferença no setor do digital", diz ao DN.
E passa a explicar: "Temos de maximizar a vida dos equipamentos eletrónicos. O consumo desmedido (e por vezes desnecessário) de tecnologia tem um impacto ambiental muito negativo: 4% das emissões de CO2 mundiais vêm do digital, 2% só da produção de dispositivos novos. Em comparação, 3% das emissões de CO2 é toda a indústria da aviação!!"
A paixão pelo tema é patente. Mas num mundo cada vez mais dependente de tecnologia, a cada dia mais digitalizado, como reduzir, pelo menos no imediato, este impacto ambiental? Para André Pereira, ajudará se cada vez mais pessoas comprarem artigos recondicionados: evitam adquirir produtos novos e, ao mesmo tempo prolongam a "vida útil" de artigos já existentes.
A sua contratação pelo Back Market -- que, segundo nos conta, surgiu através de um normal processo de recrutamento e teve em conta o facto de sempre ter trabalhado com startups e com marketplaces -- foi assim uma oportunidade perfeita. Além disso, diz, "traz outras vantagens: como vendermos artigos de eletrónica com descontos até 70%, também estamos a democratizar o acesso a tecnologia a muitos clientes que de outra forma não os podiam ter comprado".
Novo, usado como novo, ou é indiferente?
Afinal, o que é Back Market? Presente em Portugal há um ano, mas criado em França em 2014, é "a maior plataforma mundial de tecnologia recondicionada", nas palavras de André Rodrigues Pereira.
Aqui (www.backmarket.pt ou nas apps para iOS ou Android) encontra uma grande variedade de pequenos eletrodomésticos. "Os mais populares são smartphones, mas vendemos tablets, computadores laptop e desktop, consolas de videojogos, máquinas de café, secadores de cabelo, auscultadores, trotinetes elétricas..."
A inclusão na rede de grandes eletrodomésticos (máquinas de lavar, frigorÃficos...) está no horizonte, garante este responsável.
Não se encontra aqui produtos novos, mas "como novos" (aspas nossas). Ou seja, tudo "são antigos que foram verificados em centenas de pontos de qualidade diferentes -- exatamente quais, depende do tipo de produto. Se houver necessidade de reparar ou substituir algum componente, ele é substituÃdo ou reparado". O que o Back Market garante é que "todos os artigos que são 100% funcionais".
"A única diferença para um artigo novo são estéticas", descreve André Pereira. "O artigo pode ter pequenos riscos, que são visÃveis a maior ou menor distância", diz. Tal está descrito no site, ou na app -- e reflete-se no preço.
Três tipos classificação, transparência assumida
Todos (ou quase) os artigos à venda no Back Market surgem com três classificações: "Correto", "Bom" e "Excelente". "A única diferença entre cada uma delas é estética", reitera André Rodrigues Pereira. E concretiza: "Estamos a falar de microrriscos. Se o produto estiver em condição "Bom" esse microrrisco é visÃvel à distância de um braço. Se estiver "Excelente" só é visÃvel à distância de um lápis. Comunicamos isso de forma muito clara na plataforma, no 'Saber mais'. mostramo-lo com imagens. Por exemplo, no 'Excelente' nunca encontra um risco no ecrã".
E até pode receber um artigo sem um único risco. Aqui depende um pouco da sorte.
O Back Market na realidade não recondiciona os aparelhos. "à uma plataforma", lembra André Pereira", que faz "um meeting entre vendedores e compradores". Mas também "fazemos um acompanhamento". Como a empresa anuncia no seu site, apenas um em cada três candidatos a figurar no Back Market é aceite. "Há uma série de pontos que têm de ser verificados e só depois disso é que é aceite", diz o country manager.
Resumindo: a empresa francesa é a frente de um conjunto de vendedores e reparadores (que podem, ou não, ser a mesma companhia), e que lhes dá apoio. Mas é sempre esta que "dá a cara" perante o cliente, pelo que é do seu interesse trabalhar em proximidade e verificar permanentemente a competência dos parceiros.
"Montámos um laboratório em Bordéus", com 80 pessoas ao todo, que controlam vários passos do recondicionamento. "Inclusivamente apoiamos os vendedores a melhorar os seus próprios procedimentos. Há mesmo um departamento que testa os componentes utilizados na reparação e partilha essa informação com os vendedores".
Para garantir que os vendedores mantêm a qualidade de serviço, o mesmo laboratório tem uma equipa de quatro pessoas que "fazem centenas de compras mistério todos os meses e vão rever exaustivamente esse controlo de qualidade", descreve André Pereira.
"O nosso grande objetivo era ter uma taxa de defeitos em artigos entregues igual à dos produtos novos que é de 3%. E já o atingimos", diz André Pereira.© Reinaldo Rodrigues/Global Imagens
A partir da "casa-mãe", o controlo é feito a nÃvel mundial, uma vez que o Back Market está hoje presente em 16 paÃses (Portugal, França, Bélgica, Espanha, Alemanha, Itália, Ãustria, Reino Unido, Finlândia, Holanda, Irlanda, Grécia, Eslováquia, Suécia, Japão, Estados Unidos). Ao todo, a empresa tem "700 colaboradores" e "6 escritórios", que servem (fazendo a ponte aos seus vendedores) "mais de 6 milhões de clientes".
Isto são números globais, uma vez que André Rodrigues Pereira não divulga dados para Portugal. "Não partilhamos números relativamente a qualquer mercado concreto. Mas posso dizer que estamos satisfeitos com a evolução em Portugal e temos visto uma adesão muito positiva relativamente ao Back Market".
Algo que se consegue pelo controlo de qualidade imposto aos vendedores e, também, pela forma como os artigos chegam a este mercado. "Muitos destes produtos, simplesmente por motivos legais, não podem ser vendidos como novos. Caso, por exemplo, se compra um portátil ou telefone e depois devolve à loja usando o seu direito de arrependimento do consumidor. Este produto está efetivamente novo, simplesmente não pode ser revendido na loja como novo. Isto é o tipo de produtos que frequentemente encontra no Back Market na condição 'Excelente'", diz o responsável português.
Caso algo corra mal, de qualquer forma, todos os produtos têm "garantia comercial de 2 anos, que não exclui a garantia legal de três anos. A diferença é que no terceiro ano o ónus da prova inverte-se: enquanto nos primeiros dois anos presume-se que o defeito já existia de origem, no terceiro ano é o cliente quem tem de fazer prova de que o defeito existia à data da venda", explica André Pereira. "Nós comunicamos os dois anos para não gorar as expectativas dos clientes, mas obviamente temos como qualquer outra empresa os 3 anos de garantia legal".
"Além de que a pessoa quando compra um artigo tem 30 dias para testar e pode devolvê-lo", sublinha.
A assistência é dada pelo vendedor, sendo a maioria internacionais. A empresa portuguesa Loja de Reparações trabalha para o mercado nacional dentro da plataforma, destaca este responsável.
Sobre cada produto, a Back Market ganha uma margem de 10%, valor que está incluÃdo no preço final apresentado ao consumidor (é suportado pelo vendedor). à isto que paga os serviços descritos acima. Já os portes, esses, são por norma grátis.
A missão de André Rodrigues Pereira na Back Market parece clara: fazer crescer este hipermercado de eletrodomésticos recondicionados porque, acredita profundamente, desde a economia ao próprio planeta, todos saÃmos a ganhar. Agora, é só continuar a concretizar esse futuro.